o meme da solidão ou solitude…

São dias e dias. Esta frase é quase um clichê, mas funciona bem para a forma que tenho me sentido ultimamente. E o ultimamente já dura um tempão. Mas, então, são dias e dias. Em alguns dias eu acordo bem e disposta, em outros acordo deprimida, com vontade de me isolar, ou pior, de sumir. No dia anterior, programo uma praia, um passeio pelo Pelourinho, pelo shopping ou sei lá o quê… Mas, desisto quase automaticamente no dia seguinte, quando vejo que terei que fazer alguma dessas coisas sozinha. Eu não quero ver ninguém, quero ficar trancada, isolada em minha bolha, deixando meus hobbys me dominarem deliciosamente. E também, tenho achado chato ter que pensar em sair sozinha mais uma vez. É que já esgotei as possibilidades, já vi pôr do sol sozinha, já fui ao cinema, à praia, shows, carnaval, shopping… Não tenho mais o que explorar. O que eu vou fazer? Sentar num bar sozinha, beber até cair, conversar comigo mesma, me beijar, me amar e depois entrar num Uber e vir pra casa? Geralmente eu já faço essas coisas aqui mesmo, em meu endereço fixo, meu cafofinho localizado na periferia de Salvador. Eu não quero mais passar por esse constrangimento e de repente poder estar no post de algum adolescente abusado quationando: “solidão ou solitude.” Eu sou cringe e não, definitivamente, não quero virar meme. Pois bem, então, diante de tudo isto, acabo me isolando e não indo para porra de lugar nenhum. Até meu ingresso do AfroPunk me arrependi de ter comprado já. Ah, mas você não tem amigos? As pessoas podem perguntar. Muitos poucos os que considero, e cada vez considero-os menos. Mas TODOS têm suas vidas e seus relacionamentos. A única solteira sou eu e quase não tenho cara para chamar mulher casada para deixar os afazeres delas, os maridos delas e me acompanharem em meus destinos solitários. Assim, me sinto bipolar. Quero sair, quero, gosto e preciso curtir a vida. No entanto, não quero mais fazer isso assim, aleatoreamente, solitariamente. Sinto que é triste o destino de uma mulher de quase 35 anos, que deveria ser uma mulher casada há treze, e que mergulha nos estudos, no trabalho, em projetos, séries e filmes de uma forma tão intensa para não ter que pensar em mais nada. Mas que ainda assim pensa. Pensa, pensa, rumina, se pergunta, pergunta a Deus e aos Orixás os porquês de tanta dificuldade para algo que é tão fácil para todo mundo. Ah, mas você precisa focar em você mesma. Cuidar de você, se amar… Falam os desavisados… Mais? Eu sou o centro de minha vida. Eu trabalho para mim, eu estudo para mim, eu faço e executo planos para mim, eu cuido do meu corpo, da mente, da espiritualidade, eu fico na frente do espelho me olhando e me admirando. Eu me acho incrível, não tenho mais o que trabalhar em mim mesma. Bom, talvez, a humildade (rsrsrs). Mas, sinceramente, eu acho que as pessoas que falam isso são as que realmente não sabem de nada, não me viram dançando de calcinha na frente do espelho e fazendo momentos de esfoliação e hidratação. Eu não estou buscando alguém que apenas cuide de mim e me ame. Isso eu já faço. Estou buscando alguém com quem eu possa dividir esse tamanho de ser humano que eu sou, além de poder confirmar o que eu já sei: eu sou incrível e pessoas incríveis não ficam andando por uma cidade incrível como Salvador, sozinhas. Não, pessoas incríveis compartilham sua “icrivilidade” com outras pessoas incríveis.

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